Porque ter a cabeça aberta para o novo, para o desconhecido?
Montei uma imagem com o trecho do poema que você pode baixar e compartilhar nas redes sociais. Agradeço o apoio!
Defesas automáticas
Pode até não parecer, mas sair da nossa zona de conforto é uma das coisas mais difíceis. Difícil porque é incômodo e pode doer.
É tão mais fácil lidarmos com o mundo mantendo-nos com o que já sabemos, que tendemos a rechaçar em um primeiro momento tudo o que nos cause desconforto e desafie o conhecimento. São as defesas/desculpas (quase sempre inconscientes) que usamos.
É óbvio que enquanto estamos nos defendendo de algo (ou nos mantendo na posição defensiva) nada de novo pode entrar. A mente/corpo estão bloqueados.
Identifiquei três defesas que vejo com mais frequência no meu dia-a-dia:
1. A máscara do sabichão.
Valentino Rossi - GP Argentina abril/2015
Fonte: Harrison101
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O piloto de motovelocidade Valentino Rossi, 36 anos, é o segundo maior vencedor de campeonatos mundiais na categoria 'rainha' (MOTO GP, considerada a Formula 1 das motos). Em 2015, o italiano completou 15 anos de participação na categoria, arrebanhando sete títulos mundiais.
Durante todos esses anos, Rossi viu as motos sofrerem acentuados avanços tecnológicos, normais no esporte a motor de alto nível. Além disso, a categoria sofreu uma progressiva alteração dos motores que foram 500 cc (2002) até chegar a 1000 cc (2012).
Em 2013, o piloto Marc Márquez (*) ingressou na categoria com 19 anos, introduzindo um novo jeito de guiar as motos de 1000 cc. Já no seu ano de estreia, o jovem piloto obteve o campeonato mundial, repetindo o feito em 2014.
Marc Marques derrapando |
Marc Marques encostando o cotovelo no chão |
Como estava livre dos vícios de pilotagem que os pilotos experientes desenvolveram durante anos na categoria, Márquez deitava mais a moto e encostava não só o joelho no asfalto (como já acontecia), mas passou a encostar também o cotovelo. Além disso, deixava a traseira da moto derrapando nas freadas e nas curvas (imagens acima).
Rossi percebeu que Marc havia trazido frescor e teria de se despojar de tudo o que sabia e reaprender a pilotar com o novato. Declarou isso na mídia e assim o fez. Reaprendeu e, agora em 2015, está liderando o campeonato.
O italiano sempre teve espírito de garoto: muito brincalhão em entrevistas e comemorando suas vitórias de formas exóticas. Acredito que estar com a mente disponível para o novo e, logicamente, o desenvolvimento de sua Yamaha para esse ano, o trouxe de volta a liderança.
Veja algumas de suas clássicas exóticas comemorações de vitória. Ele saltava da moto na volta após a bandeirada e armava uma teatralização.
Valentino Rossi comemorando a vitória em Motegi, 2008 - 'Contratando um advogado' |
Um Homem condenado, GP República Tcheca, 2003 |
Anjo Guardião na garupa, Rio, 1999 |
Strike de boliche, Jerez, 2007 |
Saltou da moto e foi ao banheiro dos comissários de pista! |
Resistir tanto a mudanças
Hoje tudo está mudando rapidamente, mesmo fora dos ambientes de alta tecnologia e competitividade. É fácil você ficar para trás ao não acompanhar as mudanças. Evitar experimentar e aprender novas coisas, pode ser uma sentença de morte para diversos aspectos de nossa vida: pessoal, profissional, relacionamentos etc.
Para tanto, é importante estar aberto para o novo. Então, por que nos apegamos ao que sabemos e continuamos a resistir tanto a mudanças?
Acredito que o que estou falando foi muito bem apontado pelo poeta norte-americano T.S. Eliot (1888 – 1965). Ele escreveu no poema East Coker:
"Para chegares ao que não sabes
Deves seguir por um caminho que é o caminho da
[ignorância.
[ignorância.
Para possuírem o que não possuis
Deves seguir pelo caminho do despojamento.
Para chegares ao que não és
Deves cruzar pelo caminho em que não és."
Montei uma imagem com o trecho do poema que você pode baixar e compartilhar nas redes sociais. Agradeço o apoio!
Defesas automáticas
Pode até não parecer, mas sair da nossa zona de conforto é uma das coisas mais difíceis. Difícil porque é incômodo e pode doer.
É tão mais fácil lidarmos com o mundo mantendo-nos com o que já sabemos, que tendemos a rechaçar em um primeiro momento tudo o que nos cause desconforto e desafie o conhecimento. São as defesas/desculpas (quase sempre inconscientes) que usamos.
É óbvio que enquanto estamos nos defendendo de algo (ou nos mantendo na posição defensiva) nada de novo pode entrar. A mente/corpo estão bloqueados.
Identifiquei três defesas que vejo com mais frequência no meu dia-a-dia:
1. A máscara do sabichão.
Ela é muito fácil de ser usada. Com o crescimento do uso das redes sociais, passei a observar como nossos dias estão repletos de arrogância, ironia e cinismo. E esses três comportamentos são dos mais nocivos ao novo. Na verdade, nem o mais esperto dos seres humanos tem todas as respostas. Vou desenvolver mais esse tema na próxima postagem (Parte 2).
2. O medo de parecer estúpido impede a abertura mental necessária para uma experiência de qualidade de aprendizado e inovação. Jack Kerouac fala sobre isso quando, em suas longas e famosas caminhadas, chegava a andar com cara de idiota pelas ruas enquanto estava abandonado completamente de ego, divagando numa busca desolada por respostas.
3. A autocrítica também é uma ferramenta autodefensiva automática para que o novo seja mantido de fora.
Ser como uma criança
A cada três frases, faça uma pergunta. Não estou dizendo para você ser criança, mas para ter a disponibilidade mental da criança. Ela está absorvendo o mundo, aprendendo tudo a sua volta. Então, quem ou o que te impede de também voltar a ter essa abertura?
É tudo uma questão de 'estado de espírito'. Veja o exemplo do que me aconteceu na casa do meu amigo Vitor. Ele estava fazendo uma moela :)))))) quando acabou o gás. Era algo como uma hora da manhã. Logo pensei, 'vou ficar com fome'! Como ele também conserta eletrodomésticos, teve uma ideia. Improvisando com uma resistência de micro-ondas desmontado, finalizou o cozimento. Ufa :)
2. O medo de parecer estúpido impede a abertura mental necessária para uma experiência de qualidade de aprendizado e inovação. Jack Kerouac fala sobre isso quando, em suas longas e famosas caminhadas, chegava a andar com cara de idiota pelas ruas enquanto estava abandonado completamente de ego, divagando numa busca desolada por respostas.
3. A autocrítica também é uma ferramenta autodefensiva automática para que o novo seja mantido de fora.
Ser como uma criança
A cada três frases, faça uma pergunta. Não estou dizendo para você ser criança, mas para ter a disponibilidade mental da criança. Ela está absorvendo o mundo, aprendendo tudo a sua volta. Então, quem ou o que te impede de também voltar a ter essa abertura?
É tudo uma questão de 'estado de espírito'. Veja o exemplo do que me aconteceu na casa do meu amigo Vitor. Ele estava fazendo uma moela :)))))) quando acabou o gás. Era algo como uma hora da manhã. Logo pensei, 'vou ficar com fome'! Como ele também conserta eletrodomésticos, teve uma ideia. Improvisando com uma resistência de micro-ondas desmontado, finalizou o cozimento. Ufa :)
Mais uma vez a prova de que existem um milhão de formas para se fazer qualquer coisa. Olha a foto da peripécia abaixo.
Lembre-se, estar aberto para o novo é uma atitude, um jeito de ser e se comportar. Por isso, proponho que 'gaste' sua vida, 'gaste' sua mente, use bem o que está a disposição: a capacidade de absorver o novo e aproveitar o dom de estar vivo.
PARTE 2 e 3 VEM AÍ!
Para escrever esse artigo, comecei a pensar em qual seria o meu 'estado de espírito' no momento das ideias e descobertas que já tive em minha vida. Quais foram as atitudes que me abriram e despertaram para o novo, para a ideia de que precisava. Descobri 7 atitudes.
Descobri, enfim, que o assunto não se esgotaria em um artigo. Por isso, está para se tornar uma série.
Espero escrever tudo em 3 partes.
Até lá!
Referências
(*) Wikipedia: Márquez became the first rider since Kenny Roberts in 1978 to accomplish the premier class title in his first season, and the youngest to win the title overall.