É melhor não entender nada ou entender que tudo mudou?


E aí ? Você acha que é melhor não entender nada ou entender que tudo mudou?


  • O que mudou?
  • O que deixou de fazer sentido?
  • O que passou a ficar confuso?
  • O que se desmembrou em duas ou mais partes?
  • O que precisa ser simplificado?
  • O que precisa ser eliminado?
  • O que precisa ser totalmente rearranjado?

A acomodação pode ser o seu pior inimigo no mundo de hoje. Se de repente você acorda e tudo mudou muito, então pode acontecer de você se desesperar sem saber para que lado ir, onde buscar informações que vão te mostrar por onde começar de novo, ou pelo menos, como pegar o 'fio da meada'.

Existe uma classe média ligada em rede e que está voltando a se politizar. Está indo para as ruas e exigindo qualidade de renda, já que está cada vez mais achatada e sem opções de garantias trabalhistas, em detrimento de elites políticas e empresariais cada vez mais ricas e distantes da realidade do mundo.

No entanto, existe uma esperança. Continuo acreditando na maioria silenciosa. Ou melhor, não mais silenciosa, indo para as ruas, para a web, utilizando a liberdade de difusão de sua própria informação e a diversificação da produção criativa se espalhando pela rede. Podemos acreditar que ainda temos chance contra essa elite desalmada.

Gostei muito do que um rapaz falou no evento youPIX Rio 2013, agora no dia 15 /out/13. Ele disse que as manifestações desse ano de 2013 representam um 'escancaramento das realidades', em oposição à contra-informação gerada (editada e deformada) pela grande mídia. 

Por outro lado, temos a Mídia Ninja como talvez a representação da expressão pluri-modal, o tempo real dado como poder a inúmeros 'populares'.

O papel social da Mídia Ninja (que já existia muito antes das revoltas de 2013) é o que temos de mais relevante para mostrar que tudo está mudado radicalmente. 


Fonte da imagem:
 Mídia Ninja e a democratização da informação no Brasil

O mundo como um palco

A 'presença local' está sendo redefinida a partir do instante em que podemos ter acesso em tempo real diretamente dentro de nossas casas e escritórios - a eventos que estão acontecendo em qualquer lugar do mundo.

É claro que existe uma guerra de transparências quando se considera que o jornalismo tradicional dos grandes grupos de comunicação se diz legítimo e verdadeiro, e as mídias 'independentes' mostrando como ele é fabricado em favor dos interesses econômicos vigentes (ou seja, quem paga para o que nós vamos assistir ?).

Quando tudo é midiatizado, o mundo todo vira um palco. Tudo está transmitido, tudo está online. E isso envolve toda uma mudança de comportamento, uma mudança de como pensamos, uma mudança de consciência. 

É inegável que nossos tempos estão sofrendo mudanças fundamentais. Para aumentar o contraste de visão, trago o que o pensador norte-americano Jeremy Rifkin disse sobre a mudança de comportamento que aconteceu entre a idade média e a idade moderna:

Ao contrário da vida medieval, que era conduzida abertamente e em público, a burguesia vivia mais por trás das portas. Sua vida era interior - vivida em pequenas lojas e salas de visitas. Os burgueses organizavam sua vida da forma que organizavam sua propriedade. Todo aspecto de sua existência era enclausurado, privatizado, controlado, delimitado, classificado, protegido, resguardado e escondido do escrutínio público. Todo mundo privado era tranquilo e organizado. Nada ficava fora de lugar. (* pg.163)

Por aí vemos que alguma coisa está fora da ordem ... Mas não só da ordem mundial, globalizada, mas da ordem de uma nova consciência a surgir. Essa vida burguesa controlada e privada está em choque com a possibilidade de transmissão em tempo real e da sociedade ligada em rede. 

Vou parar por aqui deixando uma pergunta:

- Você acha que é melhor não entender nada ou entender que tudo mudou?



(* pg.163) 
RIFKIN, Jeremy. A era do acesso. A transição de mercados convencionais para networks e o nascimento de uma nova economia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.


Assista a esse explosivo debate no youPIX 2013: Protestos e Redes Sociais, a mudança de poder da mídia
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